sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Kiss, Kiss… Bang, Bang!


Silêncio! Estão a ouvir? Foi um tiro. Mas este não é um tiro de guerra. É daqueles que cala, que sustém a respiração.
Foi roubado, mas também foi amado. Guerras destas nunca se esquecem.
O beijo foi lançado, como se de uma flecha se tratasse. Acertou em cheio no coração de alguém desprevenido.
É assim que normalmente se ganham as batalhas. Apanha-se o adversário desprevenido e bang, bang.
Ele levanta os pés do chão e perde os sentidos. Fica meio trôpego sem saber de que lado veio o ataque.
Depois respira, pensa e kiss, kiss.
Calam-se duas bocas, para se ouvirem sentimentos. Mas só eles entendem esta voz, só eles conseguem entender as instruções dadas para avançarem num terreno que pode ser perigoso. Os desejos são assim, perigosos, mortais, mas também fazem levitar.
A balança entre o medo e o prazer torna o jogo do beija, beija, numa guerra de lenços brancos em punho.
Os adversários rendem-se e agora é kiss-kiss, bang-bang!

Pensa em mim


A vida é cheia de compromissos. Com os outros, connosco e ainda mais com os nossos pensamentos. Comprometemo-nos todos os dias, minuto após minuto a pensar no palpitar do nosso coração.
Ocupamos as horas vagas e as horas preenchidas com pensamentos que são grandes decisões de vida.
Agora pensa em mim. Porque este tempo é de pensar. Este é o tempo de me veres. Não como realmente sou, porque isso já conheces, mas como o teu pensamento me transforma.
Sonha, concretiza…Porque viver também é sonhar, e os sonhos alimentam esta nossa alma sem-abrigo, que vagueia durante a noite numa cidade deserta que é a nossa imaginação.
Estas nuvens de ideias que viajam na tua cabeça, são o que te completa dia após dia.
Por vezes torturam, mas também são aquilo que adoça o teu dia e te faz sorrir a cada manhã que nasce.
Agora? Agora pensa em mim!

sábado, 31 de agosto de 2013

O Gato e o Icebergue

Amigos e conversas de café onde se lançam temas pouco prováveis, mas com mais ou menos sucesso aqui está o texto.


Arranhou, mas não derreteu. Sonhava em subir ao topo do icebergue e conquistar a vitória. Mas como todos os gatos vivia numa vida cómoda de procurar um dono que o colocasse num lugar ao sol.
De pelo escuro e brilhante, tinha medo do frio. De um toque que o escaldava, mais do que protegia.
Como todos os gatos cuidava de si, mas esquecia-se que era preciso mais.
Um icebergue derrete quando a vida lhe mostra um novo leito para a sua água gélida. Água que se torna morna quando encontra a sua ilha de abrigo.
Uma viagem que decorre dia após dia. Uma viagem que não se encontra facilmente.
Porque um gato é do sofá e do toque, que lhe amacia o pêlo. E um icebergue só o faz quando derrete e consegue percorrer o corpo do gatinho com um toque suave e quente, porque já diz o ditado, “gato escaldado de água fria tem medo”.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Pó de Arroz


De traços suaves e a com a delicadeza das palavras caminha pela vida. É tocada pelos sentimentos, mas deixa-os fugir ao olhar dos outros.
Encoberta pelo silêncio das palavras. Mostra sem querer mostrar, o veludo de uma alma que se procura encontrar e ao amor honesto.
Pó de arroz num rosto que é puro. Uma porcelana que a um toque mais duro pode quebrar.
Tem cuidado ao passar pela vida, que nem sempre é justa, que nem sempre compreende o valor de uma peça rara.
Aiii… quebrou-se. Deixou-se tocar por um artista que não soube ler a sua obra.
Agora é tempo de renascer. Pó de arroz e amizades que reparam os cacos espalhados.
As marcas, essas ficam escondidas pelo ressuscitar de uma nova vida.
Pó de arroz mágico, pó de arroz que a vai tornar mais feliz… 

A Princesa e o Sapo


Princesa que é princesa tem direito a um sapo. Mas não é deste mundo encantado que estamos a falar. Nem sempre o sapo se transforma num príncipe que se dirige a nós em cima de um cavalo branco.
Os sapos com que nos cruzamos são outros. São aqueles que nos fazem ter de sorrir perante as situações mais difíceis.
Os que criam um charco dentro de nós e habitam com a diplomacia possível.
São pequenos seres verdes que nos fazem saltitar pela vida sem sairmos intocáveis, mas com eles agimos sempre como realezas.
Em pequenos toques suaves, deambulamos pela vida. Crescemos, aprendemos e nos tornamos princesas guerreiras.               
Sapo, sapinho…Ocupas espaço útil, mas ganhas-me. Ganhas-me na capacidade de me ensinar a ser subtil, de contornar os obstáculos.
No fim desvendas-te apenas um fiel companheiro dos treinos para as batalhas que a vida me vai oferecer de bandeja.
A história acabará sempre com a pequena princesa a ser coroada rainha da subtileza.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Café com Chocolate


A receita é simples e não tem erro. Este é um café doce e enérgico, onde os ingredientes não são bem aquilo que nos parecem. Duas colheres de boa disposição, duas colheres de um sorriso doce e uma colher de samba.
Depois de misturado com a vida é só tomar e experimentar o seu efeito.
Quem já o tomou diz que trás consigo amizades verdadeiras, grandes conversas e aquele passo de dança que preenche noites de lua cheia.
A chávena é feita de um espaço rodeado de pessoas e de uma beleza que só elas podem entregar.
Sorrisos açucarados que são mais do que um adoçante. Não há alterações, são genuínos. Os olhos brilhantes que contam histórias e pequenos mistérios.
E depois? Encontramos um olhar, um outro sorriso que guarda, que contém estes nossos pequenos segredos.
Shiuuu! Não se conta a ninguém. Esta é uma receita secreta, só minha e vossa.
Querem saber o ingrediente secreto? Hummm… Este só descobrem quando beberem deste café com chocolate.
O que fazem aqui? Vão lá tomar o café e depois contem-me como a vossa vida mudou…
                

domingo, 25 de agosto de 2013

O que o Tempo faz do Tempo




Compassos que se avizinham como pequenos passos. São caminhos trilhados na busca de um amor que conhecendo se desconhece.
Um corpo cheio de coisas para dar, que as tem de conter num coração que se torna pequeno para tantos sentimentos.
Trilhos dos minutos, das horas, da eternidade. Uma espera que parece não ter fim.
Ele estende a mão na expectativa que ela lhe entregue a sua para caminharem em segurança. Para entregarem um ao outro aquilo que se espera de um verdadeiro amor. Uma história que ainda não se escreveu como ele sonha.
Este não é um jogo, à espera de um resultado. É uma vida que quer ganhar um sentido único. O coração daquela que é a eleita, a que desperta o desejo mais profundo.
Tempo que não é do relógio… Tempo que passa cheio de pensamentos, de vontades, que demoram em concretizar-se.
E o que o tempo faz do tempo? Transforma o sonho no medo.
Uma corda bamba entre o bom e o mau. A convicção de que tudo vai mudar para melhor ou o medo de perder, por pouco que seja.

E agora já não há tempo a perder…

sábado, 10 de agosto de 2013

Atriz de mim…



Chegou a hora. Maquilhagem, roupa, tudo preparado. O figurino está pronto, agora é só subir ao palco e começar a representar. O sorriso acompanha as palavras doces e calmas que embalam o dia-a-dia.
Tudo perfeito. Um texto sem falhas. Estamos no auge da representação.
O dia chega ao fim, agora está na hora de regressar a casa. Ouve-se o tilintar das chaves que abrem a porta da verdade.
Senta-se em frente ao espelho e começa a tirar a maquilhagem. Por detrás aparece um rosto marcado, onde as lágrimas começam a cair.
Com elas também cai a personagem. Agora é a hora certa, onde podemos sentir sem farsas. Uma vida despedida de sentido, que se reinventa todas as manhãs e morre em todas as tardes.

E o pano fechou e as luzes apagaram. Até à próxima encenação…

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Paredes com História


Hoje acordei abraçada por aquelas paredes, que de nós sabem mais do qualquer outra pessoa, ou mesmo nós próprios. São paredes cheias de emoções. Ai, se elas pudessem falar!? Jamais as calariam.
São as paredes que riram connosco, choraram, acreditaram, deram conselhos. Abraços em 4 mãos, com uma estrutura sólida. Jamais nos deixam cair nos nossos maiores medos.
Vidas contidas num pedaço frio, mas que por vezes são a nossa única salvação. É o lugar onde nos sentimos intocáveis pelas cruéis partidas da vida.
Cantinho do tudo é possível. Pintam-se da cor que lhes queremos dar, passam as emoções que nós queremos.
Será que são assim tão fiéis escudeiras, ou mesmo sem querer contam um segredinho nosso!?
Por muito que se queiram calar, por muito que lhe possamos pedir: “este é um segredo só nosso!”. Elas contam, porque há sempre alguém que se aproxima delas e diz: “Isto é a tua cara!”
Nesta altura já fomos apanhados na teia que não queríamos, algum sentimento, algum segredo vão descobrir. Só resta saber se é verdadeiro ou falso. Se é mesmo nosso ou é desejado.

Vá lá, contem-me história que eu já conheço, façam-me reviver alegrias de outros tempos. Mas só a mim, entenderam!?

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Despida de Sentimentos



Caminha pela vida largando os seus sentimentos pouco, a pouco… Esquece-se de como é ser recheada de emoções.
Despe a roupa do sentir e veste uma imortalidade quase perfeita.
Deixa-se a dor de lado, mata-se com o esquecimento, mas criam-se barreiras para a felicidade.
Vive desprovida dos condimentos das relações, do querer, do estar em vez da ausência.
Anedonia de um ser à procura de se completar. Sem saber afasta-se do seu destino, do que é mais do que certo.
Ouve-se um tic…tac que ocupa os espaços do ser. Horas que deviam ser preenchidas de sorrisos, de mãos dadas, de trocas mais do que seguras. Do entregar para ressuscitar.
Esta é a “morte” pelas próprias mãos. Não haverá um 7º dia, mas um dia para renascer.
Assim irá aprender de novo a sentir, a redescobrir que ainda há uma oportunidade de vida, uma chance para receber.
Ela precisa entender que merece acreditar de novo, que o sol também a ilumina e não só à terra fértil.
Porque um corpo recheado de emoções é um terreno fértil, onde as coisas boas podem amadurecer e dar frutos.
Um coração que se abre de novo é uma janela aberta para um mundo de oportunidades.

Acorda, levanta-te, ergue a cabeça e começa a viver de novo!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Pura Magia



Não se tratam de feitiços ou malabarismo. Esta magia é outra, é pura, brilhante, a da sorte que se constrói.
Com ela o sol deixou de se esconder atrás da sua protectora nuvem. Ele aqueceu o coração das flores que desabrocharam.
Nasceram sentimentos que procuram incessantemente o seu lugar para ganharem ainda mais sentido.
Chama-se o jogo do quatro por quatro. Quatro sentimentos revelados em quatro meses. Confuso?
Pois é… Esta vida de magia é mesmo assim. Trabalha com o incerto, com a dúvida, o indefinido. Não se pode contar só com a sorte, com a sabedoria, com o mágico. Trabalha-se com o pulsar de um coração.
Desta cartola costumam sair sentimentos à espera de serem agarrados. Para que depois uma mão pequena e suave os feche e conduza até ao coração. É lá que a magia acaba, e ganha-se uma vida.
Esperas que fazem parte desta vida de mágico dos sentimentos dedicados a uma “caixa de pandora”, onde se concentram todos os bens do mundo.
Mas este mágico não fica por aqui, procura mudar a porção do azedo para o doce.