segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Senhora! Um(a) moedinha (sentimento), por favor!



Pensando bem, acho que todos nós acabamos por ser pedintes da própria existência. A verdade é que muitas vezes sem nos apercebermos estamos a pedir qualquer coisa. Esta lista de pedidos vai aumentando ao longo da vida e conforme os “empurrões” que vamos levando.
A moeda que uma senhora de olhos tristes e cabiz baixo pede no metro para alimentar os seus 8 filhos, passa a ser uma emoção/sentimento pedida(o) por nós. Pedimos compaixão, simpatia, carinho, atenção, desejo, amor, amizade… Só que o grande engano está aqui, em acharmos que temos de mendigar para ter direito a alguma coisa.
Temos direito a viver os sentimentos “grátis” e sem os suplicar. Afinal de contas no meio dos nossos defeitos, nós somos Humanos em tudo o que esta palavra implica. E implica acima de tudo RESPEITO. Respeito por nós, pelos outros, pelos nossos sentimentos e dos outros. É um verdadeiro eu cá, tu lá.
A quem anda pela vida como pedinte de sentimentos, corte as raízes desta pobreza e olhe para a riqueza que tem dentro de si. Afinal, o maior tesouro que nós temos, somos nós próprios. (“Já sei é que isto é cliché, lamechas e piroso, mas cada vez acredito mais nisso. Só podemos dar o melhor quando sabemos o nosso valor.”)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Era uma vez… (Fadinhas, Magia e Reflexões)


Acredito que há uma certa magia em viver! Por vezes, somos as próprias fadas e príncipes das nossas histórias. Nos nossos sonhos, somos autores e personagens principais e quando o final não nos agrada, podemos simplesmente mudá-lo.
Na utopia, voamos sempre para o que desejamos e incrivelmente num toque de magia as coisas realizam-se. Mas a lucidez (pelo menos pensamos nós), na sua voz mais áspera diz-nos que nada daquilo se vai realizar. Acredito que o grande erro está em por vezes dar-lhe razão.
E se a magia não se dá no nosso dia-a-dia, é porque não vamos atrás e corremos para que se concretize. Deixamo-nos tal como uma simples Cinderela, que à meia-noite a carruagem da Vida se transforme numa abóbora. Acredito que a sabedoria está em abandonar a carruagem e irmos atrás do sapato perdido

domingo, 22 de agosto de 2010

Pensamento


"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

Fernando Pessoa

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Tempo de Realizações



Estamos sempre a tempo de conquistarmos algo, ou de esperar que algo nos conquiste! Vivemos envoltos no sonho de que as palavras se tornem algo real, que a imaginação passe para o concreto. Queremos sentir o toque leve de uma mão ou o som meigo das palavras que nos embalam.
Conseguimos dar forma a tanta coisa… transformar num corpo real, que provavelmente ainda nem encontramos.
Deixamo-nos levar pela confiança e caem todas as máscaras e barreiras que poderíamos criar. Afinal, não temos nada a perder, pois ainda não conquistamos nada, apenas mantemos o sonho vivo e fiel às nossas expectativas.
Quando começamos a sentir a vitória de uma conquista ela foge-nos por entre os dedos. Mas volta. Porque sabe que vale a pena viver baloiçando no nosso sonho, porque lá ela não tem medo de mostrar quem é. Ela pode ser tudo. Pode ser os seus defeitos ou as suas virtudes, que será sempre abraçada.
Entre sorrisos vai dando um pouco de si…

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Amor

Hoje o meu signo dizia que eu estava romântica... por isso aqui vai um pequeno poema sobre o amor.



Fico admirado quando alguém, por acaso e quase sempre
sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
Eu sei exactamente o que é o amor. O amor é saber
que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer.
O amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte
de nós que não é nossa. O amor é sermos fracos.
O amor é ter medo e querer morrer.


José Luís Peixoto

domingo, 15 de agosto de 2010

Equilíbrios



A verdade é que a pulseira do equilíbrio tem dado que falar. São várias as vantagens anunciadas da pulseira e muitos os "famosos" que a utilizam, entre eles temos: Shaquille O´neal, Rubens Barrichelo e Cristiano Ronaldo...
Tenho-me questionado como é que uma pulseira com um holograma pode controlar o nosso equilíbrio. Afinal de contas nós não temos nenhum chip no nosso corpo que possa comunicar com ela. Agora expliquem-me, quando é que alguém alcoolizado pode ter equilíbrio com um simples adereço que dizem os entendidos, utilizar frequências embutidas num holograma e que comunica com a energia do nosso corpo. É que nesta situação o nosso problema está ao nível cerebral. O álcool intoxica o cerebelo que comanda o equilíbrio do nosso corpo. Definitivamente ainda não me convencem das capacidades milagrosas deste produto.
Uma coisa é certa a pulseira pode ser sempre utilizada como adereço de moda, pois disponibilizam-na em várias cores e para quem é mais preocupado com o estilo pode sempre combinar com a roupa. Também pode optar pelo colar em vez da pulseira.
Agora se querem equilíbrio, talvez seja melhor optar por um estilo de vida saudável e sempre poupam os 34.95 euros da pulseira ou os 42.50 euros do colar. Isto como adereço de moda ainda sai caro.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Beleza Custa!


 Não se esperava outra coisa... Lá estavam os porteiros de bares e discotecas (não tenho nada contra os senhores), em pleno culto do corpo e adivinhem quem mais? Eu mesma.
Afinal eles precisam de muita área corporal para impedir a passagem de algumas pessoas para o interior ou até mesmo para remover pessoas menos pacíficas.
Mas onde é que ando com a cabeça? Pensei logo: Oh mulher! Tu devias era estar deitada numa toalha de praia e cheia de sal depois de uns belos mergulhos!
Enfim... mas parece que para manter os resultados às vezes à que fazer alguns sacrifícios.

I Wish!

É mesmo de um sitio assim que ando a precisar...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

As Palavras


"As palavras são boas. As palavras são más. As palavras ofendem. As palavras pedem desculpas. As palavras queimam. As palavras acariciam. As palavras são dadas, trocadas, oferecidas, vendidas e inventadas.

As palavras estão ausentes.

Algumas palavras sugam-nos, não nos largam...

As palavras aconselham, sugerem, insinuam, ordenam, impõem, segregam, eliminam. São melífluas ou azedas. O mundo gira sobre palavras lubrificadas com óleo de paciência. Os cérebros estão cheios de palavras que vivem em boa paz com as suas contrárias e inimigas. Por isso as pessoas fazem o contrário do que pensam, julgando pensar o que fazem. Há muitas palavras. E há os discursos, que são palavras encostadas umas às outras, em equilíbrio instável graças a uma precária sintaxe, até ao prego final do disse ou tenho dito. Com discursos se comemora, se inaugura, se abrem e fecham sessões, se lançam cortinas de fumo ou dispõem bambinelas de veludo. São brindes, orações, palestras e conferências.

Pelos discursos se transmitem louvores, agradecimentos, programas e fantasias.

E depois as palavras dos discursos aparecem deitadas em papéis, são pintadas de tinta de impressão - e por essa via entram na imortalidade do verbo. E as palavras escorrem tão fluidas como o "precioso líquido". Escorrem interminavelmente, alagam o chão, sobem aos joelhos, chegam à cintura, aos ombros, ao pescoço. É o dilúvio universal, um coro desafinado que jorra de milhões de bocas. A terra segue o seu caminho envolta num clamor de loucos, aos gritos, aos uivos, envoltos também num murmúrio manso, represo e conciliador... E tudo isso atordoa as estrelas e perturba as comunicações, como as tempestades solares. Porque as palavras deixaram de comunicar. Cada palavra é dita para que se não ouça outra palavra. A palavra, mesmo quando não afirma, afirma-se. A palavra não responde nem pergunta: amassa. A palavra é a erva fresca e verde que cobre os dentes do pântano. A palavra é poeira nos olhos e olhos furados. A palavra não mostra. A palavra disfarça. Daí que seja urgente moldar as palavras para que a sementeira se mude em Seara. Daí que as palavras sejam instrumento de morte - ou de salvação. Daí que a palavra só valha o que valer o silêncio do ato.

Há também o silêncio.

O silêncio, por definição, é o que não se ouve. O silêncio escuta, examina, observa, pesa e analisa. O silêncio é fecundo. O silêncio é a terra negra e fértil, o húmus do ser, a melodia calada sob a luz solar. Caem sobre ele as palavras. Todas as palavras. As palavras boas e as más. O trigo e o joio.

Mas só o trigo dá pão."

 
José Saramago

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Paixão



"Eu já perdoei erros imperdoáveis, tentei substituir pessoas
insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por
impulso, já me decepcionei com pessoas com as quais nunca me pensei
decepcionar, mas também já decepcionei alguém... Já abracei para
proteger, ri quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas
também já fui rejeitado, fui amado e não amei. Já gritei e pulei de tanta
felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas! Já chorei a ouvir música e a
ver fotos, já telefonei só para ouvir uma voz, apaixonei-me por um
sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de
perder alguém especial (e acabei por perder)! Mas vivi! E ainda vivo!
Bom é ir à luta com determinação, abraçar a vida com Paixão, perder
com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se
atreve e a vida vale demais para ser insignificante!"

Charlie Chaplin

sábado, 7 de agosto de 2010

Pugilismo (Episódio 2- Festas de Verão 2010)



Sem dúvida o caminho até às festas tem sido cada vez mais “interessante”.

Ia com a minha prima no seu lamborghini amarelo (carinhosamente apelidado pela D.), quando vemos um carro quase parado no meio da estrada e sem o pisca ligado.

Ao ultrapassar o carro, olhamos para o lado deparamo-nos com um torneio de “vale tudo” (vale tudo, socos, gritos, puxões de cabelo...). Encontrava-se então uma mulher a tentar bater em alguém que estava no banco de trás do carro. Sendo que o carro estava completamente cheio (“verdadeiras sardinhas em lata”).
Agora que nos ficou uma dúvida, ficou. “Mas o que é que faz alguém ficar parado para apanhar porrada?”

Sem dúvida que esta gente anda a descompensar à grande. Talvez se arranjassem alguma ocupação útil não andassem aí a bater uns nos outros.

Boa Vontade (Episódio 1- Festas de Verão 2010)




É realmente engraçado (desesperante!) quando tentamos estacionar num local de festas. Andamos às voltas e voltas, à procura de um lugar mais perto ou mais cómodo para a hora do regresso. É que nas horas em que a noite já vai longa e o cansaço se apoderou do corpo torna-se mesmo um sofrimento ir até ao carro que parece ainda mais longe do que o real. Se vamos em romaria com os amigos apesar da tristeza do carro estar longe, encontramos algum consolo nas brincadeiras.
No meio disto tudo o que mais me surpreende é a capacidade que as pessoas têm em tornar ofensivo o que seria um bom conselho. Parece-me muito positivo avisarem-nos que poderemos estar prestes a apanhar uma multa, mas não quando passam por nós e quase mais parece que nos querem bater por estarmos a cometer uma infracção (o que nem era o caso). Enfim…lá continuou a simpática senhora pela rua abaixo com o seu tom bondoso a balbuciar até a perdermos de vista, “está tudo a ser multado desde lá de cima, parem aí, parem!”

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Círculo de Esperas


Gastámos grande parte da vida em esperas, que por vezes se tornam inúteis. Consomem-nos o nosso tempo útil e a disposição que poderíamos partilhar.


Perdemos tempo em filas intermináveis, pelas ruas e nas cadeiras de um serviço qualquer que se nos avizinha como estritamente necessário.

Vamos perdendo esse tempo e deixando a cabeça ao devaneio, entre os pensamentos mais “tontos” ou grandes reflexões. Pensamos sobre as tarefas que temos de fazer, mas continuamos ali sentados à espera e sem que elas tenham um fim próximo. Magicamos fórmulas para que o tempo passe mais depressa ou como conquistar algo. Este novelo de ideias vai ficando cada vez mais complexo, até que ouvimos um som que nos chama à realidade. Mas continuamos à espera!

Se por vezes a espera nos perturba, há outras em que rezamos para que nada aconteça. Esta espera trás acorrentada a si o gozo de um tempo de lazer, de um poder superior de controlo, de um tempo mágico para fórmulas sedutoras de apatia…

A montanha russa de pensamentos que temos dentro de nós faz criar um movimento, uma ideia de algo se passou e que afinal não estamos ali assim há tanto tempo. Mas o cruel relógio na sua exactidão, apunhala-nos a esperança de que suportamos aquilo muito bem e diz-nos que estamos exactamente à 720 horas, 7minutos e 10segundos à espera que algo aconteça. Não sabemos muito bem o quê, porque todos os dias esperamos algo novo. É isso que não nos faz desistir e mantém sempre o sorriso puro e inocente de quem nunca esperou por nada.

domingo, 1 de agosto de 2010

Contradições Constantes


Há dias em que nos sentimos as pessoas mais correctas do mundo, noutros parece que só fazemos coisas absurdas. Por vezes, até ouvimos o comentário: “Nem pareces tu, isso não é nada teu!”

Na realidade nós somos assim tão complexos, que por vezes não nos entendemos. “Sou tudo o que vês. Um sistema integrado de emoções e sensações.”

Vivemos em constantes contradições, que de uma forma irónica nos dão sentido à vida e nos tornam estáveis.

É esta imprevisibilidade que nos torna únicos e sedutores.

Passamos a vida a dizer que as coisas têm de ser “claras”, permanentes, sem grandes emoções ou agitações diárias. Mas o que vivemos? O oposto. Vivemos envolvidos na adrenalina do incerto e se temos dificuldade em viver com isso e dizemos que não aceitamos mais viver assim, não passa de uma falsa fé.

Lançamos as flechas com a imprevisibilidade na ponta e quando mais tarde queremos reclamar o imutável já não é possível. Por isso deixemo-nos de hipocrisias!