Abre-se a porta, três passos, um divã e um coração que se expõe. Sentimentos voam através de palavras. Este é o consultório sentimental, a consulta de uma vida que se quer construir. Desespero, lágrimas, dores de corações partidos. Feridas que tardam em sarar.
Tiramos os pensos rápidos que escondem as cicatrizes. Mostramos as marcas da violência do nada. Procuramos em alguém o conforto, uma solução.
Esvaziamos de nós promessas que nunca se cumpriram.
Voltamos a tapar a ferida, levantamo-nos, abrimos a porta e regressamos ao mundo continuando a esconder as marcas de uma alma em sofrimento.
Vivemos aguardando e tentando fechar a ferida. Esperando que de uma vez por todas ela morra, deixe de existir.