Já me disseram muitas vezes que o meu Mundo é diferente. Não queria acreditar nessa ideia, mas começo a achar que não é assim tão descabida.
O meu Mundo é tão grande que às vezes as pessoas que entram nele perdem-se. Perdem-se porque eu não lhes dou as coordenadas, porque não sabem lidar com a minha diferença ou porque simplesmente não querem conhecer este lugar.
Quando dou por mim não as encontro mais, ainda me esforço por procurá-las, mas isso torna-se quase sempre um trabalho em vão. Enfim… Sigo em frente por gostar deste lugar e ser feliz. Não consigo apenas olhar em frente e fazer o que é esperado, quero sempre mais do que isso.
Vejo com os olhos dos contos de fada em que tudo é possível e quero reger a minha vida por esta capacidade de acreditar que o melhor está sempre por vir. Vivo as coisas intensamente, tanto no seu nascimento como na sua morte. Festejo o seu nascimento e depois faço o seu luto, deixando o relógio bater mais uma hora. Assim que chega à hora que a vida marcou para o meu chá de novas aventuras, lá estou sentada pontualmente para experimentar novos sabores.
Um dia vou voltar uma hora atrás no relógio, mas não fazer com que o meu mundo fique mais pequeno, vou fazê-lo crescer. Passar de criança a adolescente, depois a adulto e por fim idoso e aí vou poder descansar porque já alguém foi capaz de correr pelo meu mundo inteiro sem desaparecer e eu ter de ir aos perdidos e achados à sua procura e ouvir dizer: olhe esse já cá não está, houve alguém antes que reclamou o seu desaparecimento e levou-o!