sexta-feira, 27 de maio de 2011

Encontro



Encontro-te em cada pensamento…
No som das palavras…
Nas pequenas coisas do dia-a-dia…
És livre e arrastas-me na tua liberdade. Sinto que sou capaz de mergulhar nesse teu mundo e viver lá sem querer voltar. Vivo embalada pelo vento numa folha, que me leva sempre para perto de ti. Fazes-me querer descobrir-te em cada palavra tua.

100gr de Açúcar



Insatisfeitos por natureza começamos e acabamos relações sempre à procura de algo melhor. Esta busca incessante pelo perfeito, traz junto a si o amargo gosto das desilusões. Há dias em que vivemos sem certezas, outros em que estamos demasiado confiantes num objectivo a atingir. Sonhamos, idealizamos e vivemos histórias encantadas. Projectamos tanto os nossos desejos que nunca ninguém cabe no molde que fizemos para o nosso suposto parceiro “ideal”. O “ideal” é alguém que entende e aceita como somos sem questionar ou forçar uma mudança. Mas este “ideal”, também tem o seu “ideal”, no qual nós podemos não caber no molde. Quando nos apercebemos deste problema fantasiamos com atitudes mais do que perfeitas para equilibrar a relação.
Não deixa de ser irónica a nossa procura por alguém com um fato espampanante, que nos prenda o olhar, quando algo mais simples poderia ser a chave para a fechadura das nossas emoções. Olhamos às vezes para as pessoas como para um bolo e damos mais importância à cobertura do que ao recheio. Erro crasso! É aí que as coisas começam a correr mal e habitualmente nos sujeitamos a tudo e mais alguma coisa. É quando começamos a viver mais para os comentários dos outros, que o nosso coração fica amarrado. Alimentamos o ego com pessoas que nos dizem que o nosso companheiro é lindo. Talvez a cobertura... Porque às vezes o recheio está fora do prazo.
A chave do sucesso está na simplicidade do sentir, viver e agir!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Segredos



Será o segredo assim tão poderoso? Na realidade o verdadeiro segredo está em nós e em acreditarmos que tudo nos é possível. Dizem que só atraímos algo quando estamos bem e esta não deixa de ser uma verdade absoluta.
Muitas vezes fragilizadas as pessoas tentam conquistar ou reconquistar algo através da pena e da força. Entopem as caixas de mensagens e mail de alguém, telefonemas constantes muitas vezes a horas impróprias…E com isso o que ganham? Provavelmente a distinção do título “a pessoa mais insuportável do mundo” ou “coitada/o está mesmo miserável”. Sinceramente distinções dessas ninguém as quer, ou pelo menos, não deveriam querer.
Os manuais de auto ajuda, que se avizinham como pílulas salvadoras utilizam expressões do género: “se o/a queres reconquistar afasta-te e mostra que está tudo bem, faz coisas interessantes, cuida de ti…” Não duvido da utilidade disto, mas no fim de contas isto não é reconquistar é fazer a pessoa encontrar-se de novo, sentir-se bem consigo própria e uma vez alcançado este objectivo já nem precisa da outra pessoa. Está muito mais disponível para o presente e para o futuro do que reconquistar o passado.
Tudo se resume à atracção, tanto no fim como no início de algo. Ou porque existe, ou porque deixou simplesmente de existir. Nada melhor do que um sorriso perante a vida para atrair coisas boas!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

10º Andar



Não deixa de ser irónico o facto de passarmos de bestial a besta em alguns segundos. Num dia estamos no topo do prédio, noutro preparam-nos as trouxas e mandam-nos para o apartamento do rés-do-chão. Ficamos então perdidos nas infiltrações, no passear dos vizinhos com o seu cão a horas impróprias, nos gritos das discussões entre os simpáticos vizinhos dos andares superiores…
Cansados da confusão daquele prédio saímos em busca de um novo espaço para viver, até pode ser no prédio em frente que nunca lhe demos grande valor mas que naquele momento se nos mostra encantador.
O simpático vendedor aconselha-nos o apartamento do 10º andar que tem vista para o parque. Mudamo-nos então para lá e voltamos novamente ao topo.
Na vida quase tudo é uma questão de subir e descer. Passamos grande parte da nossa existência a experimentar lugares de destaque e de sombra.
Enfim…num dia estamos na cave de um prédio qualquer, noutro estamos num duplex luxuoso!

sábado, 7 de maio de 2011

Alice no País das Maravilhas



Já me disseram muitas vezes que o meu Mundo é diferente. Não queria acreditar nessa ideia, mas começo a achar que não é assim tão descabida.
O meu Mundo é tão grande que às vezes as pessoas que entram nele perdem-se. Perdem-se porque eu não lhes dou as coordenadas, porque não sabem lidar com a minha diferença ou porque simplesmente não querem conhecer este lugar.
Quando dou por mim não as encontro mais, ainda me esforço por procurá-las, mas isso torna-se quase sempre um trabalho em vão. Enfim… Sigo em frente por gostar deste lugar e ser feliz. Não consigo apenas olhar em frente e fazer o que é esperado, quero sempre mais do que isso.
Vejo com os olhos dos contos de fada em que tudo é possível e quero reger a minha vida por esta capacidade de acreditar que o melhor está sempre por vir. Vivo as coisas intensamente, tanto no seu nascimento como na sua morte. Festejo o seu nascimento e depois faço o seu luto, deixando o relógio bater mais uma hora. Assim que chega à hora que a vida marcou para o meu chá de novas aventuras, lá estou sentada pontualmente para experimentar novos sabores.
Um dia vou voltar uma hora atrás no relógio, mas não fazer com que o meu mundo fique mais pequeno, vou fazê-lo crescer. Passar de criança a adolescente, depois a adulto e por fim idoso e aí vou poder descansar porque já alguém foi capaz de correr pelo meu mundo inteiro sem desaparecer e eu ter de ir aos perdidos e achados à sua procura e ouvir dizer: olhe esse já cá não está, houve alguém antes que reclamou o seu desaparecimento e levou-o!