terça-feira, 27 de setembro de 2011

Amor Descartável



Vivem os sentimentos com o devido distanciamento que a protecção lhes permite.
Guardam, deixam para mais tarde, esquecem o amor porque naquele momento lhes é incómodo ou não dá jeito. Têm tantos sonhos para cumprir, que o coração só atrapalharia.
Mudar de rumo não faz parte de um projecto rígido ao qual vivem agarrados como se de um fôlego da vida se tratasse.
Não sentem? Desenganem-se! Apenas reciclam sentimentos. Transformam-nos e vivem-nos quando lhes é oportuno. Bebem esse sentir como se de um sopro de vida se tratasse. Recarregam a bateria do coração e voltam a afastar-se enquanto essa energia lhes der forças para continuarem sozinhos.
Transformam os sentimentos e vão-lhes dando as significações convenientes.
Aproximam-se constantemente mas não têm coragem para enfrentar o medo do incerto que todas as relações trazem acorrentadas a si.
Chegam a entrar e a sair milhões de vezes da vida de uma mesma pessoa, mas sempre com um prazo definido. O prazo de não mudar o destino.



domingo, 25 de setembro de 2011

Artes do Incerto



Por vezes gostamos de viver com o incerto e com as dúvidas. De uma forma irónica dão-nos estabilidade. Quando vivemos muito tempo com elas, parece que já fazem parte de nós e que dão sentido a algo inconstante. Largar as incertezas significa começar de novo, o que nem sempre é a tarefa mais fácil. Tem coisas boas? Lá isso é verdade!
Estas questões tornam-se a adrenalina que consumimos fortuitamente todos os dias, empurram-nos para a frente e para trás, como se de um elástico se tratasse. E nós? Não, não somos capazes de rebentar o elástico, porque a esperança está lá e acreditamos que possa sempre sair algo bom. Uma espécie de coelho na cartola do mágico. Num dia somos fracos e não pensamos começar de novo. Mas será que isso é realmente ser fraco? Por vezes segurar e suportar a esperança é uma tarefa de um super herói. É difícil estarmos a ouvir constantemente, larga isso, sai daí, não achas que isso já te devia ter passado? Isso vai acontecer realmente, mas quando nós decidirmos que chegou a altura de seguir um novo rumo.

sábado, 10 de setembro de 2011

O Guru



Tem um andar desajeitado e veste padrões inesperados. Parece perdido no tempo ou pouco atento, mas isso não passa da ilusão mágica dos seus dons.
É um bom ouvinte e dá conselhos muito sábios. Talvez a sua sensibilidade nos coloque no caminho certo quando temos dúvidas.
Ensinou-me a não desistir, mas a persistir nos meus sonhos. Sejam eles loucura ou não, a verdade é que correr atrás de um objectivo me tem tornado uma pessoa ainda melhor.
Acredito que o futuro também lhe reserva grandes vitórias. Não tenho os seus poderes, mas os olhos de uma amiga que vêm que se persistir no caminho certo e que se ele sair do meio da tempestade vai encontrar-se.
Tira os óculos escuros e vê a pessoa que realmente és. Aceita os teus dons e o teu valor, porque os dos outros já és capaz de ver mais além do que eles próprios.