Vivem os sentimentos com o devido distanciamento que a protecção lhes permite.
Guardam, deixam para mais tarde, esquecem o amor porque naquele momento lhes é incómodo ou não dá jeito. Têm tantos sonhos para cumprir, que o coração só atrapalharia.
Mudar de rumo não faz parte de um projecto rígido ao qual vivem agarrados como se de um fôlego da vida se tratasse.
Não sentem? Desenganem-se! Apenas reciclam sentimentos. Transformam-nos e vivem-nos quando lhes é oportuno. Bebem esse sentir como se de um sopro de vida se tratasse. Recarregam a bateria do coração e voltam a afastar-se enquanto essa energia lhes der forças para continuarem sozinhos.
Transformam os sentimentos e vão-lhes dando as significações convenientes.
Aproximam-se constantemente mas não têm coragem para enfrentar o medo do incerto que todas as relações trazem acorrentadas a si.
Chegam a entrar e a sair milhões de vezes da vida de uma mesma pessoa, mas sempre com um prazo definido. O prazo de não mudar o destino.