quinta-feira, 31 de março de 2011

Véus Ocultos



Escondia-se por detrás do véu, dificilmente o seu rosto era tocado. Protegia-se a si contra os ventos e as marés de quem tinha uma alma em fogo.
Era livre… Corria pela areia de uma praia como se voasse. Tinha em si e no seu mistério uma força guerreira. Quem por ela passava queria sempre descobrir o seu rosto. Acreditavam que havia um olhar cheio de coisas a contar, um olhar cheio de um mundo, de um mundo que todos queremos. As pessoas só não entendiam que era este mistério que ela embalava consigo que lhes dava coragem, que as fazia sonhar e sorrir pela descoberta. Um dia…Um dia, quem sabe ela não deixa tocar o seu rosto…

quarta-feira, 30 de março de 2011

Escrevo… (O corpo das palavras)




Escrevo sobre mim, o que vejo nos outros, o que imagino ver e o que gostaria de ver.
Escrevo a realidade que está à minha volta e no meu sonho.
Escrevo sobre tudo e sobre nada, sobre o que faz sentido e o que não faz.
Escrevo em contradições constantes, mas que dão algum sentido ao dia.
Invento, imagino, sonho, acredito…Deixo que as palavras passem pelas minhas mãos.
Toco as palavras, sinto-as, dou-lhes um corpo, uma vida dentro de um texto. Quem as lê dá-lhes a sua vida, o seu corpo e um momento da sua existência.
Nas palavras, experimento vidas, alegrias, desilusões… Com elas ensaio, para este teatro que é o viver a loucura do dia-a-dia.
As palavras são doces e amargas, são calma e ansiedade, são vida e morte, são tudo e nada… São simplesmente palavras!
Enfim, escrevo para que as palavras não morram dentro de mim…

Fim de tarde



Uma boa conversa acompanhada de panquecas, parece-me sem dúvida uma combinação perfeita!

domingo, 27 de março de 2011

Horas Certas



Eram 5 horas da manhã. As ruas daquela cidade encontravam-se vazias, apenas se ouvia o som dos seus passos e o cantar dos pássaros a anunciar o amanhecer. Era uma noite onde se respirava a paz de um lugar. Ela caminhava com a segurança de que cada passo seu a deixava mais perto do destino escolhido.
Naquele lugar onde já passou tantas vezes, começou a pensar que em todas elas a única coisa comum era o espaço físico e ela, porque os seus pensamentos, esses sempre foram diferentes, as dúvidas e as certezas que carregava naquelas horas mudavam muito. O seu rosto já não tinha aquela pele clara e intocável de quem acreditava na concretização de grandes sonhos, no tempo em que as desilusões passavam de um dia para o outro. Agora ela tinha as marcas de muitas experiências, o seu rosto já não era um rosto vazio, era um rosto com histórias, mas esse rosto ainda acreditava que muita coisa estava para acontecer.
Chegou então ao seu destino, abriu a porta e entrou. Entrou com a certeza que há muito para viver e com o coração aberto a essa vida que ainda vem ao seu encontro.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Perfil



O meu nome é Puro Acaso, nasci a 31 de Julho de 2010, sou natural da blogosfera e actualmente tenho 7 meses repletos de imaginação.
Nasci e vivo pelos dedos de alguém que em mim partilha as coisas boas, as más, as mais cómicas... Sou o espelho do estado de espírito de um corpo que em mim ganha uma vida secreta. Sirvo de canal, mas ganho independência. É como se eu alcançasse um rosto, uma personalidade. Comigo as pessoas identificam-se, vivem emoções. Eu sei, que muitas vezes concordam, muitas discordam, mas no fim todos vivemos uma vida assim. Espero embalar-vos com as minhas palavras durante muito tempo e que nelas encontrem um aconchego e alguém que vos compreende. E não, não é um puro acaso as coisas que vos faço sentir nas minhas palavras.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Olhos de Anjo


Dizem que os olhos são o espelho da alma, mas nem sempre conseguimos ler neles o que nos querem dizer. Nem sempre um olhar nos faz tomar uma atitude.
Os olhos estão envoltos num mistério profundo, que não nos deixa aceder aos pensamentos de ninguém, nem aos seus mais profundos desejos.
Por vezes fazem-nos querer ficar por mais um momento, agarram-nos, embriagam-nos com a sua ternura, mas depois deixam sempre a dúvida.
Eu sei que eles tentam falar, com as lágrimas de dor ou alegria, com o brilho... Mas nem sempre somos capazes de descodificar os seus códigos.
Os olhos são feitos de poesias, são uma janela para o mundo. Quando se fecham deixam-nos no nosso lado mais sombrio e sem capacidade para tirarmos do mundo à nossa volta tudo o que há de bom. Ainda bem, que a cada amanhecer somos capazes de admirar novamente tudo o que está à nossa volta.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Mascotes em perigo



Agora com o desaparecimento do Modelo e a passagem a Continente como é que fica a Popota. Será que há espaço para duas mascotes dividirem o protagonismo? Ou vão ter de acabar com uma? Aceitam-se opiniões sobre este caso! :)

quarta-feira, 16 de março de 2011

A Maior Empresa do Mundo

Por mais anos que passem vou sempre gostar deste poema e da "força" que ele tem...




"Posso ter defeitos, viver
ansioso e ficar irritado algumas
vezes, mas não me esqueço
de que a minha vida é a maior
empresa do mundo, e posso
evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale
a pena viver apesar de todos
os desafios, incompreensões e
períodos de crise.


Ser feliz é deixar de ser vítima
dos problemas e tornar-se num
autor da própria história.


É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um
oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada
manhã pelo milagre da vida.


Ser feliz é não ter medo dos
próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.


É ter coragem para ouvir um
não.
É ter segurança para receber uma crítica,
mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo-as todas, um dia vou
construir um castelo..."

Fernando Pessoa




segunda-feira, 14 de março de 2011

A última Coca-Cola no deserto



Às vezes encaramos as coisas numa perspectiva do tudo ou nada. É como se algo fosse a nossa última esperança de sobrevivência emocional. Parece que se fecham os horizontes e só vemos as coisas de uma forma negativa. Temos a sensação de que nada à nossa volta pode melhorar e que perdemos algo para sempre. Mas será que essa perda é o fim de tudo ou pode ser o começo de algo?
Quando se vê o mundo a preto e branco parece que nada de bom pode sair daquela situação, mas ainda bem que há dias em que existe um arco-íris de possibilidades. O coração enche-se de esperança de que afinal isto é apenas uma mudança, de que ainda há muita coisa para viver, para acontecer.
Se esta era a nossa última Coca-Cola, há-de sempre haver uma Pepsi à nossa espera e quem sabe até não descobrimos que gostamos mais de Pepsi.

segunda-feira, 7 de março de 2011

“Isto não fica assim!”


Não sei se será uma questão de meteorologia corporal, mas há alturas em que uma verdadeira tempestade se forma no nosso próprio corpo e isso não tem de ser obrigatoriamente mau. Podem haver destruições, mas que nos acabam por levar a uma construção muito positiva ou pelo menos a alguma paz de espírito, alguma serenidade. Esta impulsividade que nos preenche por momentos sejam eles instantâneos ou não, leva-nos a procurar respostas claras e definitivas. O banho-maria da receita da paciência e do “quem espera sempre alcança”, deixam-nos em standby e vai-nos retirando energia aos poucos e poucos.
Não gosto de esperas, de coisas que ficam por dizer, do medo de agir por nos magoarmos ou magoarmos alguém. “O que tem de ser tem muita força” e se vai magoar paciência. Há que encher o peito, respirar fundo e mandar a bomba. Depois da destruição vemos o que se aguentou e o resto reconstruímos. Também podemos ter sempre a sorte da bomba não rebentar e ficar tudo intacto.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Pouco mas bom!



Hoje houve alguém que me disse que “tudo o que é bom vem em pouca quantidade”. Comecei a questionar-me se esse seria o motivo pelo qual começaríamos a desejar sempre mais a cada momento, se seria esse facto que nos deixa a querer descobrir algo mais.
Deve ser por essa razão que muitos perfumes vêm em frascos pequenos e no fim fazem-nos sempre correr atrás deles novamente como se fizessem parte de nós, como se o seu cheiro fosse a nossa segunda pele.
Também penso que os sentimentos que vão crescendo aos pouquinhos se tornam os mais duradouros. Então é por isso que no inicio não nos envolvemos tanto, é porque esta teia de pedaços de doces sentimentos está a ser criada.
Então aqui vai, um pouco de alegria, de afecto, de cumplicidade, de esperança, de força de vontade…de tudo o que precisarem a cada dia e a cada momento.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Sorri…Sorrir…Sorrisos



Há sempre um sorriso aberto! Tenho sempre um sorriso para quem me conhece e para quem precisa dele.
Mesmo nos dias cinzentos o sorriso está à tua espera. Ele estará sempre lá nos momentos em que precisas de uma aprovação, de um abrigo ou simplesmente de um sorriso junto ao teu. Às vezes é difícil, ele sair do seu aconchego. Talvez seja o medo de sorrir e ficar desamparada. Mas no fim de contas, ele anda sempre embalado connosco nas avenidas das emoções e pelas ruas dos sentimentos.
Sorrir é dar e receber pedacinhos de felicidade!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Raio X



Há alturas em que não me encontro e nem me reconheço. Parece que está tudo baralhado dentro de mim e com isso tenho atitudes pouco pensadas em que meto os pés pelas mãos. Visto uma armadura que escolho por salvação mas que no fim me deixa mais magoada do que protege.
Finjo ser dura, fria, racional e com um toque negativista à mistura. Finjo tão bem para mim essas coisas, que por momentos acredito que sou realmente assim. Mas chega sempre a altura que a armadura sai e lá estão os sentimentos todos a correr à procura do lugar que eu lhes fechei por estupidez ou ingenuidade. Na realidade sou sentimental, um pouco frágil e com a esperança que posso sempre alcançar o melhor. Só não entendo porque não sou capaz de me mostrar assim, porque é que essas coisas só surgem quando os meus fantasmas saem das caixas onde os guardei. Só me resta esperar pelo tempo em que me vou permitir viver esta minha parte e que me vão dar a oportunidade de dar este meu lado bem mais doce e encantador.