Estava em ruínas…De repente tudo parecia ter acabado naquele espaço onde antes havia uma vida. Existiam flores, montanhas verdes, pássaros a cantar, pessoas num frenesim constante. Agora Jasmim apenas via à sua volta o que restava de uma cidade. Os pássaros pareciam ter perdido a alegria de antes, o espaço sombrio e desconstruído tornava-se paisagem principal neste quadro. Parecia mesmo uma pintura, porque ali onde antes havia uma vida estava tudo parado. Jasmim não entendia o que se tinha passado, onde tinham ido parar todas as pessoas que faziam parte de si. Foi neste momento que percebeu que estava sozinha. Estava em ruínas. Aflita com a situação começou a gritar por alguém, mas a sua voz fazia eco naquele espaço e nada voltava senão o seu próprio som. Andou horas a fio, mas nada parecia surgir e mantinha-se sempre no seu espaço sem solução. O que ela ainda não tinha percebido é que aquele lugar não era físico, era o seu mundo emocional destruído porque não estava a ser capaz de olhar mais além. Porque para ela a linha do horizonte era o fim. Às vezes não era capaz de ver além do seu olhar. A cegueira da falta de coragem não a deixava seguir em frente. Ela vivia presa aos outros. Agarrava-se às pessoas como a sua bóia de salvação e quando a deixavam uma enorme tempestade se dava. Deixava-se então, afogar pelo medo do abandono.
Jasmim tinha tudo para ser corajosa, mas não se permitia ver essas coisas. Insisti-a em ser uma pessoa com medo e frágil, quando no fundo não era assim. O olhar de quem a rodeava via nela uma pessoa de sucesso, independente e corajosa. Mas ela há muito tempo que tinha abandonado essa visão. As vozes de quem tinha também medos levaram-na a acreditar de que era uma pessoa incapaz de ser feliz.
P.S- Este texto fui buscá-lo ao baú da minha escrita :)

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